[Mac-BR] A morte de Steve Jobs, o inimigo número um da colaboração

Evandro Vieira Ouriques evandro.vieira.ouriques em gmail.com
Sábado Outubro 8 04:32:40 PDT 2011


   Chegou-me este artigo, que compartilho a título de informação
Com amor,* *
*
*
*A morte de Steve Jobs, o inimigo número um da colaboração
*2011-10-07 15:43:37

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Rodrigo Savazoni

Steve Jobs morreu, após anos lutando contra um câncer que nem mesmo todos os
bilhões que ele acumulou foram capazes de conter. Desde ontem, após o
anúncio de seu falecimento, não se fala em outra coisa. Panegíricos de toda
sorte circulam pelos meios massivos e pós-massivos. Adulado em vida por sua
genialidade, é alçado ao status de ídolo maior da era digital. É inegável
que Jobs foi um grande designer, cujas sacadas levaram sua empresa ao topo
do mundo. Mas há outros aspectos a explorar e sobre os quais pensar neste
momento de sua morte.

Jobs era o inimigo número um da colaboração, o aspecto político e econômico
mais importante da revolução digital. Nesse sentido, não era um
revolucionário, mas um contra-revolucionário. O melhor deles.

Com suas traquitanas maravilhosas, trabalhou pelo cercamento do conhecimento
livre. Jamais acreditou na partilha. O que ficou particularmente evidente
após seu retorno à Apple, em 1997. Acreditava que para fazer grandes
inventos era necessário reunir os melhores, em uma sala, e dela sair com o
produto perfeito, aquele que mobilizaria o desejo de adultos e crianças em
todo o planeta, os quais formam filas para ter um novo Apple a cada
lançamento anual.

A questão central, no entanto, é que o design delicioso de seus produtos é
apenas a isca para a construção de um mundo controlado de aplicativos e
micro-pagamentos que reduz a imensa conversação global de todos para todos
em um sala fechada de vendas orientadas.

O que é a Apple Store senão um grande shopping center virtual, em que
podemos adquirir a um clique de tela tudo o que precisamos para nos
entreter? A distopia Jobiana é a do homem egoísta, circundado de aparelhos
perfeitos, em uma troca limpa e “aparentemente residual”, mediada por apenas
uma única empresa: a sua. Por isso, devemos nos perguntar: era isso que
queríamos? É isso que queremos para o nosso mundo?

Essa pergunta torna-se ainda mais necessária quando sabemos que existem
alternativas. Como escreve o economista da USP, Ricardo Abramovay, em
resenha sobre o novo livro do professor de Harvard Yochai Benkler The
Penguin and the Leviathan, a cooperação é a grande possibilidade deste nosso
tempo.

“Longe de um paroquialismo tradicionalista ou de um movimento alternativo
confinado a seitas e grupos eternamente minoritários, a cooperação está na
origem das formas mais interessantes e promissoras de criação de
prosperidade no mundo contemporâneo. E na raiz dessa cooperação (presente
com força crescente no mundo privado, nos negócios públicos e na própria
relação entre Estado e cidadãos) estão vínculos humanos reais, abrangentes,
significativos, dotados do poder de comunicar e criar confiança entre as
pessoas.”

Colaboração: essa, e não outra, é a palavra revolucionária. E Jobs não
gostava dela.

-- 

*Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques*
*Coordenador, NETCCON.ECO.UFRJ*
Núcleo de Estudos Transdisciplinares
de Comunicação e Consciência
*Supervisor de Pesquisas de Pós-Doutorado, PACC.FCC.UFRJ*
Programa Avançado de Cultura Contemporânea
*Vice-Coordenador do GT Comunicación y Estudios Socioculturales, ALAIC *

Asociación Latinoamericana de Investigadores de la
Comunicación
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