[Mac-BR] Noticias do front
Marcos A C Ferr‹ao
macferrao em terra.com.br
Segunda Abril 12 05:21:32 PDT 2010
publicadas na edição da Folha de São Paulo de hoje (editoria de economia).
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No Brasil, Apple avança com computadores
/Marca investe na abertura de lojas com empresas parceiras para tentar
atingir 3% do mercado nacional de PCs neste ano/
/Classes A e B ainda são o foco, já que seus preços, acima de R$ 3.000,
superam a média dos concorrentes; no mundo, iPhone é carro-chefe da marca/
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Apple nasceu como fabricante de computador, mas fez da telefonia seu
principal negócio. Hoje, a venda do iPhone, seu celular que navega na
internet, responde por 36% do faturamento mundial. No Brasil, suas
vendas foram consideradas um fracasso pelas operadoras. Mas o aparelho,
lançado quase simultaneamente com as lojas da Apple no país, acabou
atraindo os brasileiros para algo que a americana vende como nunca: os
computadores.
A companhia não atua diretamente no varejo no país. As vendas são feitas
por lojas de parceiros comerciais, que vendem produtos da Apple com
exclusividade -com exceção da Saraiva. Segundo eles, faz parte da
estratégia da Apple ficar entre os cinco maiores em participação na
comercialização de computadores, em cinco anos.
Mesmo vendendo equipamentos acima de R$ 3.000 (valor superior à média
dos rivais), seu objetivo é ganhar ao menos 1% de mercado já em 2010,
ainda segundo seus parceiros. A Apple não comenta.
"Em algumas lojas, as vendas superaram em 20% as metas", afirma Marcelo
Sé, dono da rede MyStore. Ele tem quatro unidades e abrirá outras duas
em São Paulo ainda neste ano.
"Nos EUA, ela é a quarta maior do mercado de computadores", diz Germano
Grings, vice-presidente da rede Herval, uma das principais varejistas no
Sul do país e parceira da Apple nas lojas iPlace. "Aqui, ela também pode
ser a quarta."
Na rede Saraiva, o avanço dos computadores Apple não é diferente. "A
marca já responde por 20% do faturamento com artigos de informática da
rede", afirma Marcílio Pousada, superintendente da Saraiva, que vende
Apple em 35 das 93 lojas, mantendo quiosques exclusivos da marca em oito
delas.
Na Fast Shop, que possui cinco lojas A2You, as máquinas da Apple já
desbancaram os desk- -tops da concorrência, segundo a Folha apurou.
Para conseguir mais mercado, a Apple terá necessariamente que expandir o
número de lojas. A companhia não revela nem o total das novas unidades
nem os locais. A marca também conta com uma loja própria na internet.
Desde outubro de 2009, os itens são vendidos com pagamento facilitado,
exclusividade do Brasil.
*Otimismo exagerado*
Analistas estimam que a fatia da Apple no mercado brasileiro de
computadores não chega a 2%, o que daria uma média de 50 mil máquinas
vendidas por ano. Para atingir 3% de participação em 2010, teria de
chegar a 180 mil unidades.
A aposta desses especialistas na Apple é de longo prazo, porque no
Brasil o preço ainda é decisivo na hora da compra. "Comparando com ela
mesma, a Apple chama a atenção", diz Luciano Crippa, analista do IDC
(International Data Corporation). "Mas estamos projetando um mercado que
chegará a 12,8 milhões de computadores neste ano, o que dá uma
participação pequena comparada aos concorrentes."
Os parceiros da Apple discordam. Para eles, a primeira fase de
"propaganda" ocorreu em torno do iPod, do iPhone e, agora, do iPad
("tablet" para leitura de livros digitais, por exemplo). Esses produtos,
dizem, abriram portas para que os brasileiros conhecessem os
computadores. "O objetivo é quebrar a imagem de que Apple é produto de
elite", diz Sé, da MyStore.
Num primeiro momento, a meta é aumentar a participação da Apple entre os
consumidores das classes A e B ao trocar suas máquinas que rodam com o
sistema Windows pelas da Apple. "Com o parcelamento, já estamos vendendo
até para a classe C", diz Sé. Os parceiros da Apple estimam que com 3%
de mercado já seria possível nivelar os preços com os da concorrência.
"É uma questão de escala", diz Grings, da iPlace.
Disputa por uso do nome atrasa chegada do iPad
DA REPORTAGEM LOCAL
A chegada do iPad, o "tablet" (computador portátil) da Apple, corre
risco de atraso no Brasil devido a uma disputa pelo uso da marca.
Desde janeiro, o nome "iPad" está registrado pelo Inpi (Instituto
Nacional da Propriedade Industrial) para a empresa Transform Tecnologia
de Ponta, que também atua com tecnologia.
Em março, a IP Application Development, companhia que estaria
registrando a marca pela Apple em diversos países, protocolou o pedido
de uso da marca iPad no Inpi. A Folha procurou os advogados da empresa,
mas não obteve retorno.
Wilson Ferracini, advogado da Transform, informou que estuda entrar com
pedido de cancelamento da solicitação da IP. O prazo vence no final de
maio e, caso seja derrotada, a IP terá de negociar a compra da marca com
a Transform para usá-la no Brasil. "A lei assegura que a marca permanece
com quem obteve primeiro", diz.
Outros países têm disputas similares. No Japão, o nome "iPad" é da
Fujitsu, que batizou de iPad um computador portátil. Na Europa, o
direito de uso do nome é da STMicroelectronics. (JW)
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