[Mac-BR] Cada coisa sempre tem dois ou mais lados

Jack M. Sickermann jack_sickermann em mac.com
Quinta Outubro 13 07:59:38 PDT 2011


A questão do lixo eletrônico não passa ao largo da APPLE.

Não quero iniciar uma discussão, mas apresentar somente um outro aspecto com alguns ponto válidos, no meu entender. Cada um faça disso o que achar melhor.

A seu favor os produtos da APPLE tem, no meu entender, a durabilidade e a maior facilidade de upgrade.

Abraços

Jack

FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2011/10/13/steve-aqui-jobs-criei-algo-mudei-artigo-de-eloy-casagrande/

STEVE aqui, JOBS criei. Algo mudei? artigo de Eloy Casagrande

Publicado em outubro 13, 2011 por HC

Tags: reflexão

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[EcoDebate] A repercussão mundial da morte de Steve Jobs e seu endeusamento me fez parar para pensar o quanto estamos carentes de grandes personagens no cenário atual mundial. Não quero aqui desmerecer o trabalho daquele que chamam do “gênio” neste final do Século 20, nem discutir seu incontestável talento para desenvolver produtos de desejo, bonitos e mais atrativos que seus concorrentes. Mas será que realmente podemos comparar suas criações com a invenção do avião, por Santos Dumont ou da lâmpada, por Thomas Edison, como alguns estão fazendo?

Podemos citar dezenas de invenções que contribuíram para melhorar a qualidade vida da humanidade. Agora, tenho minhas dúvidas, quanto o iPod, o iPad e o iPhone! Colocando no seu devido plano, são apenas instrumentos que facilitam a comunicação e proporcionam mais acesso ao entretenimento, nada mais.

Desde que retiraram os pomares que ocupavam a região que agora é o Vale do Silício, a empresa da maça mordida tem sido um exemplo de inovação na fronteira da comunicação e entretenimento. Seus aparelhos de “sexy” design levam milhares de consumidores vorazes por tecnologia a dormirem nas portas de lojas, aguardando o tão esperado novo produto. Uma histeria que também me foge a lógica. Um apetite por um consumismo efêmero que seduz principalmente os jovens.

É bem verdade que as inovações da Apple e outras empresas de tecnologia geram milhares empregos, mas também não se pode negar que grande parte do capital destas empresas está concentrada nas mãos de poucos detentores de suas ações. Apesar de não estar muito claro os objetivos dos protestos do movimento “Ocupar Wall Street”, que iniciou em Nova Iorque e agora se espalha por outras cidades americanas, quero acreditar que eles estão fazendo a reflexão sobre as irresponsáveis operações financeiras das multinacionais e dos bancos e a concentração de renda, e não apenas almejando mais acesso ao consumo!

Podemos também colocar neste cenário o alto custo ambiental das operações das empresas de tecnologia, que têm apenas uma pequena porcentagem dos seus investimentos destinados a redução deste custo (isto quando tem). A Apple é a empresa de tecnologia menos verde do mercado, segundo o relatório do Greenpeace divulgado em abril deste ano, como base nas emissões de carbono. A empresa é 54,5% dependente da queima do carvão, seguida pelo Facebook, com 53,2%, e IBM, com 51,6%. Em relação aos celulares, em média, apenas 3% são reciclados no mundo, no Brasil, são 2%. Até o momento grande parte dos consumidores não sabe como destinar seu celular antigo à reciclagem. Isto significa que toneladas de materiais poluentes são despejados no meio ambiente, inclusive metais tóxicos das baterias, como o níquel e cádmio (Ni-Cd), que têm efeito cumulativo e podem provocar câncer. Estima-se que cerca de 180 milhões de baterias de celular são descartadas todos os anos no Brasil. Espera-se que com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos este cenário mude, já que a nova lei vai obrigar as empresas a adotar procedimentos de coleta e destinação correta dos aparelhos descartáveis. Em tempo, a lei ficou parada 20 anos no Congresso Nacional, devido o lobby contrário a esta responsabilidade que lhes será imposta!

Também a empresa de Steve Jobs, já foi levada aos tribunais por milhares de consumidores americanos que se sentiram lesados ao descobrir que a sua criação, o iPod, era fabricado com baterias programadas para durar um tempo pré-determinado, sem possibilidade de reposição, obrigando seus usuários a comprar um novo aparelho. A chamada “obsolescência planejada”, tão comum entre os produtos de tecnologia. Para completar, em 2010, a Apple admitiu publicamente que recorreu a trabalho infantil em fábricas chinesas para a produção de iPods, iPhones e Macintoshs no país.

Como disse, respeitando a competência e a memória do pai do iMac, no meu entender, a inovação tecnológica nesta área tem de ir além do design e de suas dezenas de aplicativos. Esta devia estar priorizando a ética sócioambiental, uma responsabilidade maior do que apenas colocar um novo produto mais bonitinho no mercado. O planeta está saturado de produtos supérfluos que consomem grande parte de recursos naturais não renováveis e deixam um passivo ambiental enorme. De acordo com o WorldWatch Instituto (WWI), são extraídas 60 bilhões de toneladas de recursos naturais a cada ano, isto significa cerca de 50% a mais de recursos naturais do que há apenas 30 anos. Sendo que os 65 países de maior renda acumularam 78% dos gastos de consumo mundiais, contendo apenas 16% da população mundial. Será que as empresas de tecnologia estão preocupadas com isto?

Está na hora de termos outros Steve Jobs, mas que criem “Jobs” (empregos) verdes e sustentáveis!

Prof. Dr. Eloy F. Casagrande Jr., Coordenador do Projeto Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
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